dez
29
2018
64ª Expedição (Passa Vinte)
Por:
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Atividade: 64ª Expedição (Passa Vinte – Cav. Pedra Branca)
Cavidade: Caverna Pedra Branca
Município: Apiaí
Data: 01, 02,03 e 04/11/2018 (Finados)
Viagem de ida: Saída 09:20 h  01/11/2018
Chegada 16:00 h
Viagem de volta: Saída 15:55 h  04/11/2018
Chegada 23:00 h
Grupo: Marcelo Zagretti Saito e Mauro de Oliveira Neto
Veículos: Sportage (Mauro)
Objetivos: Fazer os croquis que ainda restam ser feitos na caverna Pedra Branca
e iniciar a equipagem e exploração de possível gruta  na ressurgência
existente rio abaixo.
Tempo de atividade: Mapeamento-           08:45 horas
Equipagem-              00:15 horas
Exploração-              00:20 horas
Fotografia-               02:00 horas

Relato:
01/11/2018
Às 09:20 h saída para pegar o Marcelo.
Por volta de 10:15 h iniciamos de fato a viagem rumo ao Passa Vinte.
13:13 h passamos por Capão Bonito.
15:10 h chegamos em Apiaí, onde fizemos o último contato antes do dia de retorno, que ocorreria em três dias.
16:00 h finalmente chegamos ao destino e, a partir dali, sem veículo, sem comunicação, seria por nossa conta!!!!



Às 17:50 h, preparados, iniciamos a caminhada rumo à magnífica Caverna Pedra Branca.
Por volta de 18:35 h atingimos o topo, com a noite já caindo.
19:50 h chegamos na caverna Pedra Branca.
A logística bem armada já rendia frutos, com a carga bem enxuta, chegamos bem ao local onde passaríamos os próximos dias.
Armamos o acampamento, preparamos a nossa primeira refeição de verdade, naquele dia, e com tudo organizado seguimos para as barracas para uma boa noite de descanso.
Em torno de 23:00 h, toque de recolher.

02/11/2018
Às 06:50 h , alvorada.
10:15 h, após um café da manhã caprichado, agora com direito a ovos mexidos com bacon, e os devidos registros fotográficos, adentramos a cavidade.


Acampamento (Salão da entrada)

Os objetivos para esse dia, seriam confeccionar os croquis que ainda restam ser feitos, até o terceiro nível, uma vez que não subiríamos a chaminé que nos leva ao quarto nível, pois não estávamos munidos dos equipamentos de vertical e as linhas de trena só estavam traçadas até este ponto, e também realizar o registro fotográfico de vários pontos importantes da caverna.
Fomos até o espaço onde se encontra a chaminé, e dali seguiríamos fazendo todo o trabalho rumo a boca da cavidade, de dentro para fora.
Dali descemos até a galeria principal e dela adentramos para o Salão Maior, com todo o cuidado que aquele estreito, na entrada do salão, merece. Na verdade existem vários apoios, porém, nem todos tem a resistência necessária, o que exige atenção, fazendo-se uso sempre dos mesmos apoios, os que já vem sendo usados desde a primeira incursão.


Salão Maior

Atravessando-se o salão, a cavidade segue descendo um desnível de aproximadamente doze metros, que já se encontra totalmente mapeado, restando somente tentar vencer um estreito e explorar uma possível continuação após o mesmo.
Uma vez realizados todos os registros, saímos do salão, retornando para a galeria principal, onde do lado oposto temos uma fenda que já foi escalada e que leva através de outra fenda perpendicular a esta, a um salão que se conecta mais a frente, com a galeria, bem no ponto em que fazemos a travessia por uma estreita passarela, na borda de um desnível, com o apoio de uma corda que permite fazer a passagem de um lado para outro, sendo que todo este trecho descrito, também está totalmente mapeado.
Do ponto de saída do salão, logo após vencermos a pequena depressão existente no caminho, seguimos para o fundo do desnível, em seguida para a parte de cima, na passarela com a corda, e posteriormente para o conduto “Gentil”, que se localiza mais a frente, com o teto baixo e com piso de areia, onde temos duas belas flores de Aragonita.


Passagem da corda (Base 11c)


Conduto Gentil

Uma vez concluídos estes trechos, inclusive com os registros fotográficos, com a hora já bem avançada, analisamos e resolvemos dar continuidade, e seguimos para detalhar a longa e desafiadora fenda, porém desta vez, sem fotografias, mesmo havendo também o foco nesta tarefa, pois ela, também devido a umidade, dificulta esse trabalho, que deverá ser complementado em uma ocasião específica para este fim.
Com os dados já obtidos anteriormente, somados aos dessa expedição, finalizamos também o trecho todo da fenda. Agora seria compilar todas as informações coletadas e verificar possíveis dúvidas e falta de algum dado, para na próxima oportunidade saná-las e concluir todo levantamento para a confecção do mapa final.


Croqui de trecho da caverna Pedra Branca confeccionado durante a 64ª expedição

Descemos o último lance de corda e seguimos rumo ao acampamento, onde chegamos somente às 22:45 h, mas com a missão cumprida!!!!
Restava encarar um bom banho nas águas geladas e cristalinas do ribeirão Pedra Branca e preparar o jantar para depois então podermos descansar.
2:00 h, toque de recolher.

03/11/2018
Alvorada, 09:35 h.
Com praticamente todos os objetivos alcançados dentro da caverna, neste segundo dia teríamos outro propósito, desta vez fora da cavidade.
O alvo seria os arredores da já conhecida ressurgência, existente rio abaixo, junto a margem esquerda, onde o Vaccaro e o Gildo, na expedição anterior para a Pedra Branca, localizaram um possível acesso, e a proposta é checar esta abertura para constatar se ela avança para o interior da montanha.
12:50 h saímos do acampamento rumo a ressurgência.
Carregávamos apenas o lanche de trilha, água, os primeiros socorros, nossos capacetes com iluminação, facão, capa de chuva e o pouco material de vertical que levamos, apenas com o intuito de nos possibilitar a descida pela pequena abertura que tentaríamos localizar, pois segundo o Vaccaro, existe um desnível até atingir a água corrente, que foi visualizada por eles, no fundo da pequena cavidade, que trata-se da mesma água que ressurge e deságua no ribeirão.
Segundo eles a pequena entrada estaria um pouco acima da ressurgência. Sem muita dificuldade localizamos o acesso. Por sugestão do Marcelo, usamos o bloco existente ao lado da abertura como ponto de ancoragem natural, com uma fita envolvendo o bloco, mosquetão e uma escada de espeleo lançada boca adentro, após uma boa observação, adentrei a pequena cavidade.


Adentrando a nova cavidade

O desnível não era tão grande como se esperava, desci até a água cristalina que corre pelo subterrâneo e, infelizmente, só havia espaço para ela ressurgir, não verificamos nenhuma possibilidade de continuação, só me restou observar que a água provinha da esquerda e não diretamente de dentro da montanha como imaginávamos. Fizemos alguns registros fotográficos da cavidade e sem mais nada para ser verificado iniciei a saída.
Desfizemos a ancoragem e com um bom tempo ainda disponível, decidimos seguir sentido rio abaixo, ainda pela margem esquerda, acompanhando o paredão. Avistamos algumas reentrâncias que merecem uma boa averiguação, porém algumas com acesso difícil, em locais no alto do paredão. Verificamos as que eram possíveis, sem sucesso, e seguimos margeando o paredão até um ponto em que havia a possibilidade de subirmos para a parte de cima dele. A partir daí adentramos a vegetação fechada até encontrarmos uma vertente, bem ingrime, mas mesmo assim um convite para subirmos. Até um certo ponto a subida foi fácil, até tornar-se cada vez mais ingrime, com pontos de escalada, sem nos apresentar um afloramento e com o tempo passando, às 15:30 h, resolvemos iniciar o retorno.



Diferentemente da ida, decidimos descer diretamente pela vertente até o ribeirão, onde chegamos a um trecho de corredeira com uma piscina natural, logo abaixo. Com o clima mudando e o risco de chuva forte, prosseguimos retornando pelo leito do ribeirão, até notarmos uma nova ressurgência, na direção de uma reentrância que já havíamos observado na vinda, que encontra-se no alto do paredão e que exigiria mais equipamentos para poder ser alcançada. Retomamos a subida do ribeirão rumo ao acampamento, pois as nuvens indicavam que teríamos chuva e sempre existe o risco de uma tromba d’água.



17:00 h chegamos no acampamento e enquanto nos preparávamos para voltar para o banho, presenciamos de dentro da caverna, um vendaval que  causou a queda de uma árvore bem acima da boca, que praticamente ficou atravessada de uma margem para a outra, quase que sobre a piscina natural em que costumamos nos banhar.
Logo em seguida fomos para o rio, foi o tempo suficiente para tomarmos um banho e retornar ao acampamento, com o jantar já sendo preparado, para a chuva cair.
Jantamos e cansados nos recolhemos para as nossas barracas.
21:00 h, toque de recolher.

04/11/2018
Alvorada, 06:30 h (05:30 h) da matina, já no horário de verão.
Era dia de encerramento de expedição, e esperávamos poder subir toda a trilha sem chuva e com a logística trazendo bons resultados como na vinda.
Após um bom café da manhã, levantamos acampamento e com tudo organizado às 12:40 h saímos da Pedra Branca.
Às 13:10 h já estávamos cruzando o ribeirão, saindo da mata.
Logo ás 13:20 h já iniciávamos a longa subida.
Às 14:00 h estávamos no topo, onde paramos para comer e nos hidratar.
14:40 h paramos para um breve descanso, seguindo com a caminhada às 14:55 h.
Finalmente às 15:10 h chegamos ao local em que se encontrava o nosso veículo, realizando todo o trajeto em praticamente duas horas, desconsiderando os intervalos das paradas, mostrando claramente que a logística rendeu os resultados esperados.
Com as roupas trocadas e toda a tralha acomodada, 15:55 h inciamos a viagem de retorno.
Em Apiaí, por volta de 16:45 h, após três dias sem contato, nos comunicamos, informando a todos que já havíamos iniciado o retorno, com tudo sob controle.
Fizemos outra parada em Capão Bonito, por volta de 18:50 h, para um rápido lanche, retomando a viagem às 19:15 h.
Encerrando a 64ª Expedição às 23:00h, com a nossa chegada em Jundiaí.

Por Mauro de Oliveira Neto