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2018
61ª Expedição (Lajeado – Sítio do Amir)
Por:
Sem categoria
Atividade: 61ª Expedição EGJ (Lajeado – Sítio do Amir)
Cavidade: Caverna da Dolina Funda e Gruta Samambaiaçu (descobertas)
Município: Iporanga
Data: 20,21,22 e 23/07/2018 (Férias)
Viagem de ida: Saída 09:00 h  20/07/2018
Chegada 17:25 h
Viagem de volta: Saída 12:25 h  23/07/2018
Chegada 21:00 h
Grupo: Marcelo Zagretti Saito e Mauro de Oliveira Neto
Veículos: Sportage (Mauro)
Objetivos: Prosseguir  com o  “Projeto Sumidouros” e  acessar o fundo da primeira
dolina. Em caso de descoberta de encavernamento, iniciar a exploração.
Tempo de atividade: Prospecção –          06:10 horas
Exploração-            03:35 horas

Relato:
20/07/2018
9:00 h, pela segunda vez seguida, estávamos partindo rumo ao Lajeado, a ideia era não perdermos o fio da meada, assim, o objetivo nesta expedição era dar prosseguimento ao “Projeto Sumidouros”, continuando com a prospecção, buscando atingir o fundo da vertente que nos levaria até a grande dolina, e em caso de localização de um encavernamento, iniciaríamos a sua exploração.
Com tempo bom, 15:35 h já deixávamos a estrada principal e aproveitamos para fazer um teste com os rádios comunicadores que o Marcelo levou, para logo em seguida continuar o trajeto pelo belo caminho que nos leva ao destino proposto.

16:13 h chegamos no Sítio do seu Amir, ainda sem definição, se ficaríamos por ali, ou se iríamos acampar na casa da mineradora.
17:15 h, depois de um bom bate papo e com a definição de onde acamparíamos, seguimos para a casa da mineradora, onde chegamos às 17:25 h, bem além do horário pretendido, mas ao menos, ainda com a luz do dia e com tempo para organizar tudo, comer e poder dormir cedo, para poder começar cedo no primeiro dia de atividade.
21:00 h Toque de recolher.

21/07/2018
5:45 h, Alvorada!!!!
8:45 h Saímos do acampamento, rumo a cabana, onde trocamos ideia e 9:30 h seguimos para iniciar a caminhada pela trilha principal.
Com apoio do GPS saímos da trilha principal no ponto indicado, para refazer o percurso já percorrido na expedição anterior, com o traçado registrado, que nos garantiria o caminhamento correto até a borda da grande dolina, localizada na prospecção realizada anteriormente.
10:50 h chegamos novamente na borda da dolina, fizemos uma breve reavaliação e iniciamos a prospecção, buscando o melhor trajeto para atingir o leito de escoamento que acreditávamos existir no fundo da vertente que provavelmente nos levaria diretamente para dentro da dolina, onde havia grande expectativa de encontrarmos um encavernamento, um grande ralo, por onde toda a água que escoa pela vertente provavelmente se infiltra.
12:15 h como esperado, atingimos o leito de um antigo riacho, hoje um leito fóssil (seco), o que na verdade não esperávamos, era atingi-lo tão rapidamente.

Otimistas e ansiosos, iniciamos a descida leito abaixo, rumando para dentro da dolina. A cada curva do antigo riacho, a medida que nos aproximávamos do paredão, já dentro da cratera, a expectativa aumentava. O Marcelo seguia mais a frente e nos comunicávamos a distância para atualizar as informações que ele obtinha, conforme ia vislumbrando a paisagem mais a sua frente, até que chegou o momento mais esperado, em que ele comunica:
“Bocão”
Aí questionei…
E o Marcelo confirma,
“Bocão”
Todo o trabalho tinha valido a pena, havia um encavernamento, com uma linda boca em formato de fenda, esculpida no paredão. Só precisávamos verificar o quão possível seria adentrar esta cavidade!!!!
13:15 h estávamos na grande boca, que mais de longe parecia uma grande fenda.

Já visualizando o “salão” de entrada, o leito rochoso continuava descendo para dentro da boca, com considerável declive, evidenciando um grande desmoronamento que pode ter obstruído uma continuidade com razoáveis dimensões, mas que atualmente constatamos só ser possível através dos meandros formados pelos blocos desmoronados.
Já dentro da cavidade, o Marcelo começou a analisar as possibilidades de continuação enquanto eu fazia alguns registros fotográficos. Uma delas totalmente vertical e muito estreita, foi descartada,  já a outra com declive definido por grandes degraus, mas que permite o acesso com relativa facilidade, seria aparentemente a nossa única opção. Com o caminho a ser seguido já definido, paramos para lanchar e às 14:15 h prosseguimos a verificação, agora juntos, inclusive quanto a blocos soltos, na borda dos degraus, que oferecem um grande risco, e nos remete a um incidente ocorrido a uns quinze anos atrás.
14:40 h iniciamos a instalação de uma corda de apoio e começamos a descida. Desci primeiro para uma verificação inicial e permanecemos nos comunicando, chegando à conclusão de que as duas possibilidades de acesso, a princípio não se comunicam. Mais abaixo, localizei um novo conduto vertical, também muito estreito para permitir o prosseguimento, porém na extremidade oposta do conduto horizontal em que me encontrava, havia uma passagem com um grande degrau, que era a esperança de podermos contornar o estreito e atingir novamente o conduto vertical, que parecia ser o único caminho possível a ser percorrido. Venci o degrau, e neste ponto senti uma forte corrente de ar, proveniente do interior da caverna, o que era um ótimo sinal, indício de continuidade. Segui otimista pelo conduto, que realmente permite avançar livremente até acessar novamente o poço de descida, por onde foi possível desescalar por degraus com vários apoios, até chegar ao fundo. Foi quando me deparei com uma fenda à esquerda, de onde provinha a corrente de ar, que neste ponto fica ainda mais intensa, devido ao afunilamento. A esta altura já não era mais possível a comunicação com o Marcelo, então avaliei bem a fenda e resolvi retornar para informá-lo e fazermos uma nova investida. Retornei parte do trajeto, até podermos nos comunicar claramente, convidando-o a iniciar a descida. Refizemos todo o percurso até o ponto de estreitamento. Uma vez os dois no pequeno espaço que antecede a fenda, fizemos uma breve avaliação visual, para em seguida tentar uma investida. Além de muito estreita, a fenda possui uma inclinação de uns sessenta graus, o que de certa forma dificulta ainda mais o deslocamento. Ao contrário das já costumeiras fendas, esta não apresenta aquelas inúmeras lacas, possui a superfície “lisa”, sendo que onde há estreitamento, este é de rocha maciça. Tanto eu como o Marcelo, avançamos somente até a metade de sua extensão, que no total deve ter algo em torno de quatro metros. Ao atingir este ponto é possível verificar que ao final há um poço, que através do lançamento de um pequeno fragmento de rocha, pôde-se constatar que o mesmo possui considerável profundidade, o que associado à forte corrente de ar, nos estimula a tentar vencer o obstáculo, porém ainda não sabemos se as dimensões do poço permitirá a descida, caso consigamos vencer o estreito, e para tal, há que se ter cautela!!!!
Infelizmente acabamos não fazendo nenhum registro fotográfico ou filmagem dos condutos e da fenda, que poderiam ser interessantes para uma análise posterior.
Pelo horário já avançado, decidimos iniciar o retorno para a boca da caverna às 17:10 h e as 17:35 h já estávamos no salão de entrada iniciando a retirada da corda e das ancoragens para em seguida lanchar.

18:15 h terminamos nosso lanche e iniciamos o retorno para o acampamento, já com a noite caindo.
20:30 h chegamos na trilha principal, com duas horas e quinze minutos de caminhada.
20:45 h passamos pela cabana e logo em seguida chegamos na estrada.
21:20 h chegamos no acampamento para ainda preparar o jantar, tomar um banho, comer e descansar.
00:30 h Toque de recolher!!!!

22/07/2018
8:10 h, Alvorada!!!!
11:05 h, com o objetivo definido para este dia, saímos rumo à cabana.
O propósito era dar continuidade ao “Projeto Sumidouros”. Decidimos que iríamos seguir pela trilha principal e quando atingíssemos o ponto definido no GPS, iniciaríamos a abertura de trilha para a lateral, rumo ao segundo sumidouro identificado.
11:50 h após uma parada na cabana para conversar e informar sobre o que pretendíamos realizar, iniciamos a caminhada.
13:40 h, ainda na trilha principal, paramos para lanchar, só prosseguindo às 14:05 h.
14:30 h atingimos o ponto definido para a saída e início da abertura da trilha lateral, rumo à segunda dolina.
Nos empenhamos bastante até chegarmos a um trecho repleto de lapiás afiados, que exigiam muito cuidado ao caminhar.
Deste ponto, às 16:50 h, decidimos iniciar o retorno. Acreditamos ter ficado a uns trezentos metros do objetivo.
Às 17:30 h, atingimos a trilha principal e cinco minutos após, chegamos na boca da cavidade recém descoberta. O Marcelo sugeriu que fizéssemos uma breve investida, apesar de termos pouco tempo, para verificarmos se realmente trata-se de uma nova cavidade.
Para acessar a suposta gruta teríamos que vencer uma curta rampa com declive acentuado, que só seria possível com o apoio de uma corda, até chegar em sua baixa entrada. O Marcelo desceu primeiro e novamente trouxe boas notícias, havia de fato um encavernamento!!!!

Com a confirmação, desci também. Logo após a entrada, aos poucos a galeria se tornava mais ampla e com uma altura que nos permitiria caminhar normalmente. Esta galeria se estende à esquerda, a partir de uma bifurcação, sendo que a direita o conduto é baixo e logo no seu início, no ponto em que há a bifurcação, é possível verificar uma segunda boca da cavidade, através de um conduto, aparentemente de difícil acesso, que provavelmente exigirá o uso de técnicas verticais, mas isso ficaria para a próxima verificação. Nesta exploração também não fizemos registro de imagens no interior da cavidade, que seria denominada, por sugestão do Marcelo, Gruta Samambaiaçu, devido a existência de um exemplar bem sobre a sua boca principal.
18:10 h saímos da gruta e dez minutos depois retomamos a caminhada.
19:35 h após um longo trajeto, chegamos na cabana do Sr. Amir.
Às 19:50 h seguimos para o acampamento, onde chegamos por volta de 20:05 h
23:13 h Toque de recolher.

23/07/2018
7:40 h, Alvorada!!!!
Dia de encerramento de expedição.
Dia de levantar acampamento, de agradecer e se despedir dos parceiros, de avaliar e comemorar os bons resultados alcançados e a expedição bem sucedida!!!!
12:25 h saímos da casa da mineradora.
14:00 h estávamos na casa do seu Amir, e para fechar com chave de ouro, fomos visitar uma bela cachoeira, no trajeto que segue para Itaóca.
15:15 h inciamos de fato a viagem de retorno.
Por volta de 16:00 h passamos por Apiaí, fizemos os contatos costumeiros e seguimos.
Somente às 21:00 h chegamos em Jundiaí, totalizando 733,2 Km rodados.

Por Mauro de Oliveira Neto